A carência de vitamina D é comum na Europa, incluindo em Portugal. O que é preocupante, já que ela tem uma papel fundamental para a nossa saúde, inclusive para a nossa imunidade. Apesar disso, a recomendação da Direção Geral da Saúde em Portugal é para a suplementação profilática desta vitamina apenas até aos 12 meses de vida.
Mas não será demasiado cedo suspender a vitamina D aos 12 meses, principalmente no inverno, para a maioria dos bebés sabendo que esta é importante para o nosso sistema imunitário e para prevenir infeções respiratórias?
Adicionalmente, sabemos que através da alimentação é difícil atingir as necessidades diárias desta vitamina, seria preciso comer muito peixe gordo e muitos ovos, o que na prática torna-se pouco viável para a maioria dos bebés/crianças (principalmente quando estão em plena anorexia fisiológica após os 12 meses).
Resta-nos a exposição solar para síntese de vitamina D, mas em pleno inverno, com botas, luvas, gorros, cachecóis e protetores solar 50+, será mesmo que conseguimos que as nossas crianças (e até mesmo nós) façam uma correta e adequada síntese desta vitamina tão importante para a nossa saúde?
A verdade é que esta é uma questão preocupante e já vemos que outros Países têm agido de acordo, inclusive, muito recentemente, em 2024 a Endocrine Society (EUA) emitiu uma nova guideline onde recomenda que todas as crianças e adolescentes até aos 18 anos façam suplementação de vitamina D.
Também o Reino Unido e na Europa, a França, alteraram as suas recomendações sobre a suplementação de vitamina D, sendo que recomendam a suplementação diária a todas as crianças até aos 4-5 anos. Em França é ainda recomendada a suplementação a todos os adolescentes dos 10-18 anos.
A ESPGHAN (The European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition), um dos maior comités de Nutrição da Europa também emitiu novas orientações em 2023. E embora não recomende diretamente a suplementação diária de vitamina D após os 12 meses, admite que na Europa a sua deficiência é comum e recomenda suplementar grupos de risco.
Mas então, neste caso, quais serão os grupos/comportamentos de risco?
Uso excessivo de protetores solares;
Passar muito tempo dentro de casa ou escola;
Usar roupa que cubra a maior da pele;
Crianças com obesidade (e outras patologias);
Peles mais escuras (produzem menos vitamina D);
Localidades onde existe pouca exposição solar, sobretudo no inverno.
Na prática, a maioria das nossas crianças são grupos de risco para carência de vitamina D, principalmente no Inverno!
Por isso é importante nesta altura do inverno falarem com os profissionais de saúde que acompanham os vossos bebés para decidir qual será a melhor abordagem para o vosso caso.
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