top of page

A chegada do Inverno e as típicas doenças infecciosas respiratórias


Aproximando-se o Inverno, chega o temido tempo das infeções respiratórias!


Resfriado ou constipação vulgar, gripe, pneumonia, faringite, amigdalite, laringite, otite, e tantas outras “ites” concorrem pelo destaque de audiência nos próximos meses! Lá fora o frio, dentro das casas tudo aquecido e alguma preguiça em arejar os espaços, estamos constantemente expostos a diferenças térmicas e ambientes mal ventilados...


O tempo frio é propício à propagação de determinados vírus respiratórios (ex. vírus da gripe, Influenza) e pode ainda condicionar maior inflamação nas vias respiratórias, em particular em pessoas mais suscetíveis, como por exemplo os alérgicos que sofrem de rinite e asma. De facto, tanto os vírus respiratórios como a exposição ao ar frio são estímulos sobejamente conhecidos causadores de crises de asma. Por outro lado, se pensarmos em ambientes fechados e mal ventilados, a qualidade do ar está comprometida, e é fácil de imaginar salas de aula de escolas e creches sobrelotadas, nas quais a propagação de agentes infeciosos está facilitada.

Todo este cenário coloca os nossos miúdos num constante desafio imunitário! Um desafio que, se por um lado é bem-vindo porque queremos contactos variados para a “maturação saudável” do nosso sistema imunológico, por outro lado alguns agentes infeciosos têm um potencial mais agressivo e podem levar a complicações (ex. vírus VSR).


Como encontrar o equilíbrio perfeito entre evitar a exposição aos agentes agressores e permitir o crescimento de um sistema imunitário competente para uma infância saudável?


Não há uma resposta universal. É preciso avaliar cada criança, a dinâmica familiar e a presença de doença crónica que possa aumentar a suscetibilidade para infeções e suas complicações. Um exemplo claro desta situação é a criança que já tem alergia respiratória como uma rinite, uma rinosinusite e uma asma, que exige uma vigilância mais atenta.

É muito importante um cuidado regular em manter estas doenças controladas e em alguns casos ponderar uma imuno-estimulação (medicamentos formulados no sentido de reforçar as defesas para alguns dos agentes que mais frequentemente provocam infeções respiratórias), ou mesmo um afastamento do foco de maior contágio (ex. interromper a frequência da creche por um período limitado). Neste sentido a avaliação pelo médico Imunoalergologista é fundamental, trabalhando em equipa com a Pediatria ou médico assistente da criança.


Que medidas devemos tomar no sentido de prevenir as infeções respiratórias mais frequentes nesta altura do ano?


1. Lavagem das mãos com frequência e higiene respiratória (ex. ensinar a cobrir boca e nariz ao espirrar ou tossir);

2. Vacinação atualizada e avaliar com o médico assistente a indicação para vacinações adicionais, como contra a gripe sazonal;

3. Hidratação adequada e alimentação saudável, equilibrada e nutritiva;

4. Ambientes ventilados, promovendo a circulação de ar fresco e privilegiar atividades ao ar livre e sem aglomerações (ex. evitar shopping e transportes públicos lotados);

5. Evicção da exposição ao tabagismo e a ambientes mais poluídos;

6. Atividade física regular e adaptada à idade e especificidades físicas e emocionais da criança;

7. Sono adequado e reparador.

8. Avaliação médica regular, adequada a cada situação clínica.





Vale a pena agendar uma consulta de “preparação” para o Inverno?


Pode fazer sentido, em especial nas crianças com alergia e infeções frequentes. Programar uma avaliação médica também durante o pico do Inverno pode ser pertinente para a monitorização da evolução clínica e sobretudo para reforçar o ensino das medidas de higiene e prevenção, dos sinais de alarme e critérios de ida a um Serviço de Urgência. Nunca esquecer que se existirem doenças crónicas de base, estas devem estar sempre controladas, para minimizar o risco de complicações das infeções.


Em suma, por mais temido que seja o Inverno, e por maior suscetibilidade para infeções que exista, deve imperar o bom senso no dia a dia das famílias, promovendo as interações sociais tão importantes ao desenvolvimento da criança e à maturação do seu sistema imunitário, não a fechando numa redoma. Medidas tão simples como as atividades ao ar livre, a higiene das mãos e respiratória, a hidratação e alimentação adequadas, a vigilância da saúde com avaliação médica regular, são a chave para passarmos a próxima estação tranquilamente saudáveis!



Artigo escrito por:

Drª Sofia Campina, médica especialista em imunoalergologia.


As principais áreas de atuação da Drª Sofia são imunoalergologia do adulto e da idade pediátrica, doença respiratória alérgica, alergia alimentar, alergia cutânea e alergia medicamentosa. Podem encontrá-la no Joaquim Chaves Saúde (Clínica de Miraflores e Clínica de Cascais), no Hospital da Luz (de Oeiras e das Torres de Lisboa) e ainda no instagram @alergia_s

82 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page